A eloquência de um rosto
Galeria Imago Lucis, Porto, 2002
Nesta exposição apresento várias séries de auto-retratos. As fotos a cores foram tiradas com uma máquina Polaroïd e ampliadas: vêm no seguimento de um trabalho realizado com plásticos coloridos sobre fotos em preto e branco. Do suporte da foto passei ao meu rosto como suporte dos plásticos. Neste trabalho interessam-me os jogos de luzes, de reflexos, de transparências, o rosto escondido, meio escondido, o rosto visível.
A série a preto e branco é uma sequência fílmica, executada em poucos minutos. Nela tento fazer desaparecer o meu rosto, apagá-lo, deixa-lo derramar, elidir, escoar. Perder a paisagem. Agarrar momentos imperceptíveis, destacar farrapos, fragmentos que perdem sentido à medida que se afastam do todo.
Estas fotos foram executadas na minha casa em Montrouge-Paris. Elas são atravessadas pelo gosto de fazer efeitos especiais com poucos meios, unicamente com a minha máquina fotográfica. Em todas eu sou o meu objecto de representação, ao mesmo tempo produto e produtora, num círculo fechado.